Assistir os doentes e visitar os detentos. Foi sobre essas duas obras
de misericórdia corporais que o Papa Francisco se concentrou na
catequese desta quarta-feira, 9, com os fiéis na Praça São Pedro.
Doentes e detentos vivem uma condição que limita a sua liberdade,
disse o Papa, e é quando se perde a liberdade que se percebe a sua
preciosidade. “Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos
limites da doença e das restrições. Ele nos oferece a liberdade que
provém do encontro com Ele e do novo sentido que este encontro traz à
nossa condição humana”, afirmou Francisco.
Visitar um doente é um ótimo remédio
Com essas obras de misericórdia, Deus convida a um gesto de grande
humanidade: a compartilha, disse o Papa. Na doença, a pessoa pode
experimentar a solidão mais profunda e uma visita pode ser um ótimo
remédio: um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são gestos simples,
mas muito importantes para quem se sente abandonado.
“Não
deixemos sozinhas as pessoas doentes”, exortou Papa. Para ele, os
hospitais são hoje verdadeiras “catedrais da dor”, onde porém se torna
evidente também a força da caridade.
A mesma caridade deve ser demonstrada para com os detentos. O Papa
explicou que, inserindo a visita à prisão entre as obras de
misericórdia, Jesus convida as pessoas a não julgar ninguém. Qualquer
tenha sido o crime cometido pelo prisioneiro, ele continua sendo amado
por Deus, recordou Francisco.
Diante da privação da liberdade e, em muitos casos, da humanidade
pelas condições degradantes em que vivem, o cristão é chamado a fazer de
tudo para restituir ao preso a dignidade perdida, contra toda forma de
justicialismo. “Ninguém aponte o dedo contra alguém”, advertiu o
Pontífice, acrescentando: “Quantas lágrimas vi correr pelas faces de
pessoas presas que talvez nunca tinham chorado na sua vida, e isto só
porque se sentiram acolhidas e amadas”. O Papa reiterou que, com
frequência, pensa nos presos e os leva em seu coração.
A experiência com os presos
Francisco recordou que Jesus e os apóstolos também viveram a prisão
e, portanto, os cristãos conhecem o sofrimento que viveram. E contou à
multidão que domingo passado, no Jubileu dos encarcerados, um grupo de
presos de Pádua foi visitá-lo e o Papa lhes perguntou o que fariam no
dia seguinte e se surpreendeu com a resposta: os detentos iam visitar a
prisão de Mamertina, para compartilhar a experiência de São Paulo.
“Ouvir isso me fez bem. Aqueles detentos queriam encontrar Paulo
prisioneiro”.
“Como se vê, finalizou Francisco, essas obras de misericórdia são
antigas e, mesmo assim, sempre atuais. Jesus deixou o que estava fazendo
para visitar a sogra de Pedro e fez uma caridade. Não caiamos na
indiferença, mas nos tornemos instrumentos da misericórdia de Deus para
restituir alegria e dignidade a quem a perdeu”.
FONTE: Canção Nova
0 Comentários